domingo, 7 de fevereiro de 2010

entrevista ao Octávio

Uma boa entrevista ao Octávio Machado.

http://www.ionline.pt/conteudo/45476-octavio-machado-liedson-bate-num-director-e-vai--seleccao

1 comentário:

Claudio Lima disse...

De facto, o octavio no seu melhor estilo! A minha historia favorita ainda assim é:

"Num dos programas ('Os Donos da Bola', transmitido pela SIC), em que o Pôncio Monteiro era o convidado, aconteceu algo que me fez perder as estribeiras. Sempre que eu dizia alguma coisa e que comentava os casos que a SIC tinha em cima da mesa, os árbitros, as viagens, a corrupção, etc., o Pôncio Monteiro lançava suspeitas quanto à veracidade das minhas afirmações, criava sombras à volta do que eu dizia, por outras palavras, insinuava que eu estava a mentir. Ao Pôncio Monteiro eu não podia admitir aquilo. Como aliás não admito a ninguém. Porque eu estive por dentro, vivi muitas daquelas situações de que se estava a falar, eles não. Eu falava com conhecimento de causa e nenhum interesse me movia naquilo que dizia. Nenhum! Aguentei as colheradas depreciativas do Pôncio durante algum tempo, até que a mostarda me chegou ao nariz. Tinha de deitar cá para fora a revolta que me ia na alma. Num dos intervalos do programa, interpelei-o de forma muito dura. Lembrei-lhe um episódio da vida dele. O Pôncio Monteiro, muitos anos antes, depois de um acidente grave, esteve às portas da morte, para sobreviver tinham de fazer-lhe uma transfusão de sangue. O João Mota, do FC Porto, quando soube disso, prestou-se de imediato a ir dar sangue ao hospital. Mais tarde, o Pôncio perseguiu o João Mota dentro do FC Porto, exigiu a sua saída do clube, isto na altura em que o Pedroto era treinador. O Pôncio disse que ou saía o Mota ou saía ele. Foi aí, como contei antes, que Pedroto disse que, sendo assim, estava tudo resolvido, saía o Pôncio. Uma pessoa que faz isto, que depois de ter sido salva com o sangue do outro, o persegue, o quer despedir do trabalho, é alguém que perde toda a autoridade moral para dizer seja o que for. Uma pessoa que é capaz de comportamentos como aquele merece todas as reservas. Agarrei-o pelo braço e disse-lhe à queima-roupa: "Tu não prestas, tu foste capaz de perseguir uma pessoa que te ajudou da maneira que sabemos, portanto está calado, não digas nada. Olha para mim, olhos nos olhos. Tu nem profissão tens, a tua profissão é ser filho de quem és, o teu pai, sim, é um senhor, um gentleman." Atrapalhado, o Pôncio calou-se, ficou com falta de ar. O Schnitzer, ao assistir àquilo, disse-me: "Octávio, ainda matas o homem." "Mato o homem?!", perguntei eu, "mas qual homem?! Isto é um cobarde.""

in "Vocês sabem do que estou a falar"